No último dia 05 de julho, rolou um encontro potente de masculinidades negras que trouxe à roda um tema necessário e ainda pouco falado: os relacionamentos afetivos entre homens negros, pensando os caminhos do amor monogâmico e não-monogâmico como parte de um mesmo espectro de possibilidades.

A proposta do encontro foi simples e profunda ao mesmo tempo: criar pontes de diálogo, acolhimento e aprendizado entre essas formas de se relacionar. Durante a conversa, um dos principais pontos debatidos foi a desconstrução do amor romântico, essa ideia de que vamos encontrar “a pessoa certa” que vai suprir todas as nossas necessidades, resolver nossas dores e nos completar.
Falamos sobre como esse tipo de pensamento pode ser sufocante e até injusto com quem a gente ama — e com a gente mesmo. Porque a verdade é que somos seres relacionais, e nossa existência é atravessada por muitos laços: família, amizades, companheirismo, cuidado coletivo. E nenhum deles deveria ser colocado como “menor” só porque não é amor romântico ou sexo.
Outro ponto importante foi entender que tanto a monogamia quanto a não-monogamia são caminhos válidos e possíveis, e que cada pessoa se encontra de forma diferente nesse processo. O mais importante é o respeito, a escuta e a construção de vínculos saudáveis, onde todos os envolvidos se sintam livres e acolhidos.
Esse encontro foi um respiro. Um espaço onde homens negros puderam compartilhar vivências, ouvir, refletir e imaginar novas formas de amar que não passem pela dominação, pelo controle ou pela solidão. E entender que o amor – seja de um, de dois ou de muitos – pode ser cura, afeto e liberdade.
Abraço Pluriverso!