No dia 14/06 o Pluri fez seu encontro on-line para debater as relações de amizades entre homens negros heteros e homoafetivos, mas a ausência de homens heteros no debate nos gerou incomodos.
A conversa foi enriquecedora, começando por se explorar como o homem hetero quer performar um masculinidade tradicional para ser aceito, mas os comportamentos dessa performance quase sempre reproduz violências contra homens gays.
E como pode ser necessário homens heteros resistirem as violências que os homens gays sofrem, como quebrar ciclos de amizades que reproduzem essas práticas. Pois pessoas homoafetivas têm medo de serem chamadas de gay pela forma pejorativa da palavra.

E de como pessoas negras preferem estar mais próximas de pessoas de cor branca para serem mais aceitos, muitas vezes eudeusando essas pessoas, mas se esquecendo que nem sempre esse lugar tem garantia de aceitação.
E conforme caminhou a discussão levantaram-se pontos de como nem sempre precisasse performar a masculinidade tradicional para ser aceito. Há outros espaços onde seremos acolhidos mesmo não cumprindo a cartilha de ser um homem tradicional.
Durante o encontro explorou-se como a música “Quase sempre” – Djonga, pode nos fazer refletir sobre como nos relacionamos, reproduzindo violências e exclusão. E nos convida a entender que, as vezes, não podemos adoecer para performarmos o que não somos na verdade.
Por isso, relações de amizade entre pessoas negras é uma forma de resistência, pois essas amizades são pequenos espaços de aquilombamento! Onde podemos comemorarmos nossa diversidade e sermos quem somos se medo.
Por fim debatemos como parece que as novas gerações tem protagonizado mudanças, mas possuem o medo de dissonarem demais dos seus grupos e não serem aceitas. Assim, se faz necessário que a mudança seja protagonizados por todas as gerações.
E para concluirmos, gostaríamos de deixar a provocação do por que os encontros em que debatemos relações de amizades entre homens heteros e homoafetivos tiveram pouca presença de homens heteros? Onde está as nossas preocupações com as interseccionalidades do nosso povo? Não podemos debater apenas o que nos contempla, mas sim é uma opressão para outros irmãos.
Até nosso próximo tema!