No dia 16 de agosto, rolou um encontro on-line de masculinidades negras que trouxe uma conversa profunda e cheia de afeto sobre família, amor próprio e os caminhos que a gente constrói entre tudo isso.
Falamos sobre como a ideia de família vai muito além do sangue. Muitas vezes, quem caminha do nosso lado — amigos, colegas, pessoas que chegam e somam — também formam esse clã que segura a gente quando a vida pesa. Ao mesmo tempo, reconhecemos que a família de origem também pode nos demandar cuidado, principalmente quando alguém adoece e precisa de nós.
Um ponto forte foi refletir sobre como a família pode atravessar nosso amor próprio, seja fortalecendo ou ultrapassando limites. E aprender a diferenciar o que é limite saudável e o que é limitação imposta nas relações familiares pode nos ajudar a preservar esse amor, sem cair no egocentrismo.
Outro momento importante foi perceber que o jeito que amamos e deixamos ser amados nasce lá nas primeiras experiências dentro da família. Mas a família não define tudo: muitas vezes ela reproduz dores e problemas da sociedade. Por isso, revisitar esses padrões ajuda a entender o que ainda faz sentido e o que precisa ser deixado pra trás.
Também foi falado sobre como pessoas negras LGBTQIAPN+ sofreram (e ainda sofrem) preconceito dentro do espaço familiar, sendo forçadas a agir de forma heteronormativa, o que trouxe marcas e traumas. Mas dentro dessa mesma complexidade, alguns familiares também foram apoio, ajudando na construção do amor próprio.

E quando a família de origem não foi um lugar seguro, aprendemos que podemos encontrar amor e acolhimento em outros espaços: nos amigos, nos livros, na capoeira, nos encontros da rua, nos quilombos urbanos que vamos formando. Cada grupo desses pode se tornar uma família escolhida, ampliando nossa rede de afeto.
No fim, ficou a certeza de que cultivar diferentes formas de família é também cultivar a diversidade que sustenta a nossa existência. Família não é só um lugar de origem, mas um território que a gente constrói junto, em cada gesto de cuidado e em cada encontro de afeto.
Abraço Pluriverso, até logo!