No último encontro presencial do Pluri, o papo foi reto: “O homem negro e o mercado de trabalho”.

A roda de conversa começou num tom bem pessoal. Vários relatos trouxeram à tona como, pra muitos, os primeiros passos no mundo profissional foram marcados por subempregos — e como o fantasma do desemprego ainda assombra outros até hoje.

Mesmo quando rola uma ascensão na carreira, os desafios não acabam: a gente ainda sente na pele os estigmas. É ser desvalorizado perto de colegas brancos, ser constantemente questionado no cargo que ocupa ou simplesmente não se sentir pertencente, porque o ambiente de trabalho não foi pensado pra nossa vivência.

Por isso, mais do que políticas de diversidade nas empresas, é essencial falar de bem-viver da população negra no trabalho. Não basta estar lá, é preciso estar bem.

Durante o encontro, também surgiram falas sobre o empreendedorismo como saída. Seja por necessidade ou como forma de escapar das injustiças do mercado formal, essa escolha carrega seus próprios desafios: instabilidade de renda, solidão e excesso de trabalho.

Um ponto potente da conversa foi a pergunta:
“Como se adaptar ao mercado sem se perder de si mesmo?”
É difícil manter um personagem o tempo todo pra sobreviver em ambientes hostis. A resposta? Saber negociar, sim, mas com limites. Ser flexível, claro, mas sem abrir mão dos próprios valores. No fim das contas, o trabalho não pode custar aquilo que a gente tem de mais precioso: nosso bem-estar.

Encerrando o papo, veio uma reflexão poderosa: não resumir a vida ao trabalho. Isso não só ajuda na saúde mental, como dá mais fôlego pra encarar os desafios do dia a dia. Mas também rolou uma crítica importante: São Paulo é uma cidade que valoriza o corre, mas pouco facilita o lazer e os encontros que nutrem a alma.

Como proposta, ficou o convite: vamos buscar espaços e momentos que nos façam bem. Conectar com gente que nos fortalece é tão necessário quanto qualquer reunião de trabalho.

Nos vemos no próximo encontro online, Pluriverso! 🌍✊🏿